LIQUEFACÇÃO - Natureza Viva Com Frutas
2014
Projecto fina de Mestrado em Teatro - Interpretação/Encenação (ESMAE - IPP)
FICHA ARTÍSTICA
Direcção artística e dramaturgia: Graça Ochoa
Interpretação e co-criação: Ana Álvares, Dulce Fernandes, Graça Ochoa e Patrícia Leitão
Desenho de luz e montagem: Fernando Coutinho
Operação de luz: Rita Reis
Apoio ao espaço cénico: Helder Maia
Vídeo: Ícaro
Graffiti: Rafi
Orientação: Claire Binyon
Co-orientação: Sónia Passos
Agradecimentos: Cátia Martins, Cátia Silva, Circolando, Henrique Costa, Rafaela Morgado, Stratos Ntontis, Vanessa Fernandes
Mulheres
quotidianos
histórias
frutas q.b.
Deitar no liquidificador e misturar até obter um néctar sumarento.
Não esquecer de misturas também o universo poético do erotismo ligado às frutas a partir de textos de Herberto Hélder, D. H. Lawrence, Maria Teresa Horta, Paula Tavares com os “ Monólogos da Vagina” de Eve Ensler, com uma aproximação teórica a Judith Butler.
Bom Apetite!
Num registo que oscila entre o naturalista e o onírico, três mulheres encontram-se e partilham histórias e vivências. Entre frutas e aventuras vão revelando uma perspectiva do feminino própria de cada uma, permitindo repensar o feminino na sociedade actual.
Os passos da receita...
A vontade de reflectir sobre o feminino nasce de uma procura de encontro com a feminilidade e também de uma vontade de questionar a condição feminina.
As frutas pelas suas cores intensas e interiores sumarentos e pelas suas formas e texturas particulares estão carregadas de simbolismo e de erotismo. Foi uma premissa inicial deste projecto ter as frutas como veículo de encontro e reflexão sobre o feminino.
No percurso do mestrado definiu-se uma vontade muito concreta de juntar um grupo de mulheres e criar conjuntamente um projecto teatral. Numa fase inicial desenvolvi um laboratório para o qual convidei mulheres não actrizes com vontade de fazer teatro, com o objectivo de criar um grupo de trabalho e explorar material sobre o qual me propunha a reflectir artisticamente. Desse laboratório “ resistiram” as três mulheres que participam neste projecto, a quem só tenho a elogiar e a agradecer sinceramente a entrega, a persistência e o empenho!
No final desse primeiro laboratório fizeram-me uma confissão curiosa: revelaram que o seu interesse pela temática do feminino prendia-se com o facto de cada uma delas, à sua maneira, se sentir algo desajustada do estereótipo de feminino tradicional. Mais ou menos: “ deixa lá ver se encaixo...” ou “deixa lá ver se me encontro no feminino”
Será o feminino algo assim tão sólido?
